Fomos ao evento Generation Hope: Act for the Planet do Museu de História Natural para destacar as percepções do ativista brasileiro sobre a crise climática e como podemos impulsionar mudanças positivas para o futuro da Terra.
A ativista pela justiça climática Larissa Pinto Moraes é Diretora Executiva do Engajamundo, uma organização brasileira liderada por jovens dedicada a promover a conscientização entre os jovens brasileiros sobre seu impacto socioambiental e incentivá-los a participar de sua comunidade e a se envolver em decisões locais, nacionais e internacionais. -criar processos para provocar mudanças em grande escala.
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Thred: Quando você decidiu dedicar seu tempo para salvaguardar o futuro do nosso planeta? O que fez você querer levá-lo a uma altura global, do projeto à missão e ao trabalho da vida?
Larissa: Em 2018, saí da faculdade com vontade de fazer a diferença. Então comecei a fazer voluntariado numa organização focada em questões relacionadas com o género. Depois de ver muita injustiça, logo percebi que havia mais a ser resolvido. Então comecei meu trabalho com Engajamundo.
Isso destacou para mim a importância de mostrar aos jovens que eles têm o poder de provocar mudanças, que são uma parte fundamental da solução para os desafios sociais e ambientais do Brasil e do mundo.
Thred: Quais são os maiores problemas em seu país agora? Como podemos corrigi-los?
Larissa: O Brasil é enorme. Em todo o país existem diferentes questões que precisam urgentemente de ser abordadas. O mais urgente é a desigualdade. Se resolvermos esse problema e depois o associarmos à destruição da floresta amazónica, aos maus-tratos aos povos indígenas e à crise climática, poderemos avançar.
Uma abordagem interseccional é essencial. A crise climática está profundamente enraizada na desigualdade.
Thred: Sua paixão evidentemente reside em encorajar as gerações mais jovens do mundo a intensificar, em vez de fechar, contra quaisquer assuntos pelos quais sejam apaixonados. Por que isso é tão importante?
Larissa: Todos nós temos algo a contribuir. Se encorajarmos os jovens de diferentes origens a falarem e a agirem, seremos capazes de abordar todas as questões em questão.
Thred: Com muita frequência, os jovens são excluídos dos espaços de tomada de decisão. Como garantir um maior envolvimento dos jovens nas conversas que visam provocar mudanças?
Larissa: Temos que ocupar espaço e parar de nos permitir ser tratados com condescendência.
Merecemos um lugar à mesa e um papel no processo de tomada de decisões. A maneira de garantir isso é continuar melhorando a comunicação.
É por isso que no Engajamundo trabalhamos tanto com ativistas como com pessoas no poder.
Thred: Você poderia expandir o foco atual do Engajamundo?
Larissa: Os brasileiros – especialmente os envolvidos no movimento climático – estão se preparando para sediar a COP30 no próximo ano. Neste momento, estamos focados em reunir jovens de todo o país para isso, bem como formar uma aliança com o resto da América Latina. O Brasil também será o presidente da cúpula do G20 este ano. Então, estamos analisando como podemos influenciar as discussões nesse evento. E, mais localmente, estamos a destacar aos jovens como as eleições municipais nos apresentam uma grande oportunidade para falar sobre políticas de adaptação e o que as pequenas comunidades podem fazer para impulsionar a conversa.
Thred: Qual foi a sua conclusão da COP28?
Larissa: A conferência é onde pessoas de todo o mundo podem se reunir, trocar ideias, combinar interesses e planejar juntas. É maravilhoso que a sociedade civil consiga ocupar este espaço. No entanto, as negociações ainda estão em grande parte ocupadas pelas grandes tecnologias e pela indústria dos combustíveis fósseis. Fizemos o melhor que pudemos dadas as circunstâncias, mas até que isto mude, não conseguiremos justiça.
Thred: A ciência é clara – precisamos de ações urgentes e eficazes para reduzir as ameaças crescentes contra a biodiversidade e a saúde das gerações atuais e futuras. No entanto, muitas indústrias (principalmente carvão, petróleo e gás) gastam tempo e dinheiro a tentar lançar dúvidas sobre a investigação que examina a crise climática. Como podemos educar-nos sobre a desinformação ambiental utilizada para enganar o público e resolver este problema para impedir que atrase o progresso mais do que já atrasou?