“Vimos um momento muito esperado para um personagem que as pessoas amam e tivemos uma boa sensação de que seria uma surpresa de afirmação de identidade para os fãs de todo o mundo”, disse Irwin.
Mas apesar da resposta positiva, Velma vem tentando sair do armário há anos.
Dos numerosos showrunners que pegaram o bastão de Scooby-Doo desde o lançamento do programa em 1969, muitos tentaram desmistificar a sexualidade de Velma.
James Gunn, que estava no comando do programa no início dos anos 2000, admitiu que lutou para retratar Velma como uma lésbica aberta e orgulhosa devido à resistência do estúdio.
'Eu tentei!' Gunn disse em 2020. 'Velma era explicitamente gay no meu roteiro inicial. Mas o estúdio continuou diluindo, tornando-se ambíguo'. Na sequência do filme de Gunn, Velma acabou ganhando um namorado.
A alegria dos fãs LGBTQ+ é agridoce. Como Julie Bindel - uma mulher gay e fã de longa data de Velma - descreveu sua própria empolgação com a notícia, ela usou um viral Tweet como evidência de que a representação lésbica ainda é fragmentada.
Os fãs não ficaram chocados com a nova paixão de Velma – a vilã Coco Diablo. Bindel relembra seu próprio relacionamento adolescente com a personagem com carinho, afirmando que a Velma a ajudou a se sentir representada como uma jovem lésbica.
“Adorei o fato de ela usar suéteres largos e desafiar a feminilidade. Ela também compartilhou minha visão do mundo: ficar exasperada com os meninos, ser mais inteligente do que eles e mostrar como as meninas não precisam aderir a estereótipos de feminilidade e passividade.'
Mas as lembranças também são agridoces. 'Naquela época, quase não havia modelos lésbicas na vida real para nós; Velma foi o mais próximo que chegamos'.
Ao tornar sua personagem explicitamente queer, os escritores de Scooby-Doo não estão apenas recompensando os fãs de longa data da série. A identidade abertamente queer de Velma é um ponto de virada para a TV infantil.
A doce cena em que Velma conhece Diablo pela primeira vez, se apaixona por ela e depois admite seus sentimentos por Daphne, não se tornou viral porque a notícia da sexualidade de um famoso personagem de desenho animado é inovadora (o que é, claro).
É importante que os jovens vejam a representação queer em seus programas favoritos, e não apenas na programação focada em LGBTQ+. A diversidade também precisa ser normalizada na televisão e nos filmes convencionais.
O rubor profundo, os óculos embaçados e a resposta desajeitada que Velma tem para sua nova paixão são sentimentos familiares que a maioria já teve antes, independentemente de como nos identificamos. É isso que torna as cenas tão especiais.