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Por que devemos falar mais sobre as florestas de rápido crescimento da Europa

Com um foco de laser no desmatamento na Amazônia, esquecemos de celebrar o crescimento das florestas ao nosso redor e o trabalho que elas estão fazendo para sustentar nosso mundo natural.

A floresta amazônica tende a ser manchete sempre que os incêndios florestais começam, pois ecossistemas e espécies inteiros são irreversivelmente destruídos.

Mas, com mais frequência, é o desmatamento liderado pelo homem que atrai a atenção das notícias internacionais. Como muitos já sabem, 17% da floresta amazônica foi desmatada nos últimos cinquenta anos para dar lugar à agricultura.

Essa vasta paisagem tem sido considerada o pulmão da Terra, um sumidouro vital de carbono que contribui para equilibrar a temperatura do planeta, os padrões climáticos e, portanto, afetando os meios de subsistência de todas as pessoas.

Então, quando é destruído por humanos, a resposta global é naturalmente emocional.

Dito isso, colocar essa pesada responsabilidade na Amazônia desviou nossa atenção da importância e das capacidades das florestas locais. E dessa forma, as notícias esqueceram as terras florestais europeias que estão se expandindo de forma bastante significativa.

Nos últimos trinta anos, as florestas europeias – que representam 5% das florestas do mundo – cresceram 9%. Como resultado, o volume de madeira nas árvores e a quantidade de dióxido de carbono armazenado dentro delas aumentaram em 50%.

À medida que as pessoas abandonam as regiões rurais em favor das cidades metropolitanas, a natureza teve uma oportunidade ainda melhor de assumir o controle. Mas, à medida que continuamos a glorificar a floresta amazônica como nossa única esperança de ar puro, as florestas locais são consideradas garantidas pelo trabalho que fazem.

Entre 1990 e 2015, as florestas da região europeia expandiram-se para uma área do tamanho de Portugal graças a leis de conservação rigorosas, proteção da biodiversidade, manutenção da paisagem e uso cuidadoso dos recursos.

Essas medidas só foram implementadas quando os europeus modernos pararam de desmatar florestas para criar terras agrícolas, áreas residenciais e aumentar o espaço para o setor industrial em expansão.

Do outro lado do Atlântico, a relação do Brasil com sua floresta é bem diferente. Para esta nação ainda em ascensão econômica, limpar trechos da Amazônia tem sido o bilhete de ouro para levantar uma nação que há muito está amarrada pela pobreza.

Para muitos trabalhadores vilipendiados por estarem no negócio de desmatar a floresta tropical, seus empregos são simplesmente uma questão de sobrevivência e necessidade, com muitos fazendo isso para alimentar suas famílias. Ao contrário do Ocidente, com sua economia diversificada, usar a floresta tropical é a opção mais viável.

Tem frustrado o líder do Brasil, Jair Bolsonaro, que cientistas internacionais, ecologistas e líderes mundiais tenham uma conexão emocional tão forte com as florestas em solo sul-americano.

Bolsonaro tem lembrado regularmente aos líderes europeus que a Amazônia pertence ao Brasil, o que significa que apenas as pessoas e os líderes locais têm o direito de determinar o que acontece com ela.

Suas opiniões são obviamente controversas – nenhum de nós quer viver em um mundo onde a Amazônia foi completamente exterminada – mas quando a Amazônia é uma fonte vital de renda para tantos, o resto do mundo precisará de uma abordagem diferente.

Em vez de castigar presidentes, agricultores e outros trabalhadores na Amazônia, projetos de desenvolvimento sustentável precisariam acontecer no terreno para que leis de proteção ambiental mais fortes fossem implementadas.

Os trabalhadores no Brasil poderiam então ver como eles – e suas famílias – se beneficiariam dessa prática modificada, em vez de ter forças externas para interromper suas operações por causa de sua própria segurança.

A economia de crédito de carbono também deve ser aberta para que os países com sumidouros de carbono intocados e intocados (como no País da África Ocidental do Gabão) podem impulsionar sua economia negociando créditos de carbono em vez de cortar suas florestas por motivos de exportação.

Enquanto isso, deve haver mais barulho sobre a saúde e o crescimento de nossas próprias florestas, que basicamente foram ignoradas. Devemos valorizar ainda mais esses espaços da natureza na Europa – especialmente quando a maioria de nós vive em cidades apertadas e poluídas.

Vale a pena notar que muitas pessoas no Brasil compartilham a visão de que a destruição da Amazônia é uma catástrofe ambiental. Talvez quando um membro da Geração Z se tornar presidente, eles comecem o processo de promoção da floresta tropical, assim como a Europa fez.

Até lá, apontar o dedo para os brasileiros que estão apenas tentando sobreviver não é justo. Dando uma olhada nas empresas que compramos daquela produtos de origem cultivados na Amazônia poder ser um lugar melhor para começar.

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