Lar de mais da metade dos ativistas de direitos humanos assassinados em 2020, o presidente do país vai intensificar as operações militares contra os grupos criminosos responsáveis e enviar mais juízes para áreas remotas.
O ano passado foi o mais letal já registrado para ativistas de direitos humanos na Colômbia.
De acordo com um relatório recente da organização sem fins lucrativos Frontline Defenders, das 331 pessoas que promovem a justiça social, ambiental, racial e de gênero mortas em 2020, 177 eram colombianos, com dezenas de outros espancados, detidos e criminalizados por causa de seu trabalho.
No início deste mês, um análise conduzido por Human Rights Watch (HRW) criticou o governo colombiano por sua falta de ação e por não fornecer proteção aos ativistas.
Com a América Latina o continente mais perigoso do mundo, onde as taxas de criminalidade são mais do que o triplo da média global, o presidente Duque recebeu inúmeras demandas internacionais para que mais seja feito para deter a violência contra líderes sociais (como são chamados localmente na Colômbia).
Ele não ofereceu, entretanto, um cronograma nem quaisquer detalhes alternativos sobre a expansão das operações militares.
O ativismo sempre foi uma vocação perigosa na Colômbia. Dos grupos paramilitares de direita que assassinaram sindicalistas, comunistas e locais entre os anos 1980 e o início dos anos 2000, até os dias atuais - onde, apesar do acordo de paz de 2016 que visa melhorar as condições nas áreas rurais controladas por gangues ilegais, os ativistas ainda são rotineiramente alvo de grupos armados.
Marta Hurtado, porta-voz da Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos atribui isso a um 'ciclo vicioso e endêmico de violência e impunidade na Colômbia'.