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'Vacina do povo' - mais de 140 líderes globais pedem que a vacina contra vírus seja gratuita

Os líderes globais antecipam os esforços das corporações e governos mais ricos para privatizar a eventual vacina contra o coronavírus.

Mais de 140 líderes globais e especialistas publicaram uma carta aberta na quinta-feira desta semana, conclamando todas as potências mundiais a garantir unilateralmente que, assim que os cientistas descobrirem uma cura para o vírus COVID-19, ele estará disponível gratuitamente para todos os cidadãos globais igualmente e sem preconceito nacional.

Intitulado 'Unindo-se por trás de uma vacina do povo contra COVID-19', a carta insiste na necessidade de colocar "os interesses de toda a humanidade" à frente dos lucros de governos e empresas. Os signatários incluem o primeiro-ministro do Paquistão, Imran Kahn, a ex-presidente irlandesa Mary Robinson e outras figuras notáveis ​​como o relator especial da ONU Pilip Alston e o economista ganhador do prêmio Nobel Joseph Stiglitz.

Embora não seja explicitamente declarado na carta, o documento é, sem dúvida, pelo menos em parte, uma resposta a relatórios que a administração de Trump recentemente ofereceu a uma empresa médica alemã 'grandes somas de dinheiro' para ter acesso exclusivo a uma vacina COVID-19, caso os cientistas lá tivessem sucesso em encontrar uma.

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De acordo com uma fonte anônima citado em um jornal alemão, Trump está fazendo de tudo para garantir uma vacina contra o coronavírus para os EUA, 'mas apenas para os EUA'. Não se sabe quantos outros laboratórios os EUA abordaram.

O ministro da saúde alemão, Jens Spahn, afirmou que a aquisição da CureVac, a empresa em questão, pela administração Trump estava "fora de questão". CureVac só desenvolveria vacinas 'para todo o mundo', disse Spahn, 'não para países individuais'.

Claramente, no entanto, muitos líderes mundiais acreditam que uma declaração vocal condenando as tentativas de acumular informações sobre vacinas é necessária, dada a história dos Estados Unidos de projetar as regras de seu sistema de saúde privatizado nos assuntos globais. Atualmente nos Estados Unidos, as empresas farmacêuticas trabalham em conjunto com os reguladores de saúde para garantir um sistema de saúde com fins lucrativos, muitas vezes em detrimento de milhões.

Permitir que a vacina contra o vírus fosse patenteada por meio de seu sistema a tornaria indisponível não apenas para os americanos mais pobres, mas para todo o resto do mundo.

A chamada global chega estrategicamente poucos dias antes de uma assembleia da Organização Mundial da Saúde. Os signatários imploraram aos ministros da saúde que lembrem o princípio fundador da OMS para ajudar a alcançar 'o gozo do mais alto padrão possível de saúde como um direito fundamental de todo ser humano' na reunião virtual na segunda-feira.

A carta ainda apela à Assembleia Mundial da Saúde para 'forjar um acordo global que garanta o acesso rápido e universal a vacinas e tratamentos com garantia de qualidade com necessidade priorizada acima da capacidade de pagamento'.

Para citar mais a carta, 'Agora não é o momento de permitir que os interesses das corporações e governos mais ricos sejam colocados antes da necessidade universal de salvar vidas, ou de deixar essa tarefa enorme e moral para as forças do mercado. O acesso a vacinas e tratamentos como bens públicos globais é do interesse de toda a humanidade. ' Ele prossegue afirmando que 'Não podemos permitir que monopólios, competição rude e nacionalismo míope atrapalhem'.

Este é um forte apelo em escala internacional por uma cura, uma vez que se descobriu (e esperançosamente mais cedo ou mais tarde) a cura de um povo que não discrimina credo, classe ou nacionalidade. O tom da carta busca restabelecer a igualdade, a solidariedade e o respeito pela vida humana na luta contra o coronavírus e no sistema de saúde universal. Só podemos esperar que a OMS leve isso a sério.

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