Em uma grande vitória para os direitos reprodutivos, a primeira mulher presidente de Honduras acaba de suspender a proibição quase total do país à pílula do dia seguinte.
Em novembro passado, a presidente Xiomara Castro relaxou a proibição total de Honduras - o único país do mundo com uma proibição total - porém apenas em casos de estupro.
A ordem executiva foi assinada a tempo de comemorar o Dia Internacional da Mulher e reverteu uma proibição que vigorava desde 2009 no país de maioria católica.
Castro enfatizou que esse projeto de lei era 'parte dos direitos reprodutivos das mulheres e não abortivo', refletindo a forte posição antiaborto mantida por muitos em Honduras.
Hoje em dia, # 8M comemoramos a luta histórica de la mujer, firmando con secretario @DrMatheu144 el Acuerdo Ejecutivo para livre uso e comercialização de la PAE. A Organização Mundial de Saúde (OMS) determinou que faria parte dos direitos reprodutivos da mulher e não abortaria. pic.twitter.com/ELQPTzhfd5
—Xiomara Castro de Zelaya (@XiomaraCastroZ) 9 de março de 2023
O aborto é ilegal em Honduras, mesmo em casos de estupro ou incesto, e os condenados podem pegar até 6 anos de prisão.
Os apelos de grupos de direitos humanos para derrubar essa proibição não tiveram sucesso, apesar dos 50,000 a 80,000 abortos clandestinos que ocorrem todos os anos em Honduras, segundo grupos locais de direitos das mulheres.
As cidades de Tegucigalpa e San Pedro Sula viram grandes multidões de mulheres marchando na quarta-feira pelos direitos reprodutivos, direitos das mulheres e pelo fim dos feminicídios, cujas taxas são as mais altas de toda a América Latina e Caribe.
Essa mudança é incrivelmente importante para os direitos reprodutivos, pois dá às mulheres mais autonomia sobre seus próprios corpos e pode evitar gravidezes indesejadas e potencialmente perigosas.
A PAE [Píldora Anticonceptiva de Emergência] só estava disponível através de redes clandestinas, muitas vezes muito caras e, portanto, inacessíveis para muitos.
Como resultado, é o “mulheres mais pobres, nas áreas rurais, e as vítimas de violência sexual são as mais afetadas” pela proibição.
Este marco legislativo é uma grande vitória para os direitos reprodutivos e para o sucesso de campanhas populares, como Hablemos Lo Que Es que lançaram uma mídia social campanha para melhorar a educação sexual em Honduras.