Uma empresa de biotecnologia causou preocupação por seu projeto de 'desextinção' que lembra a trama de Jurassic Park. Alguns especialistas na área argumentam que reviver espécies perdidas só contribui para a destruição de ecossistemas.
Trazer de volta animais mortos pode parecer bruxaria, mas a ciência provou o contrário.
De-extinção refere-se à ressurreição de espécies extintas através de vários métodos científicos. O objetivo deste conceito é reintegrar espécies extintas em seu habitat natural, a fim de trazer de volta a ordem aos ecossistemas da Terra. Todo o tema da desextinção levou a muitos debates entre visionários e especialistas.
Como um campo que avança rapidamente e tem potencial para impactar o futuro do nosso planeta, é vital entender as repercussões do uso desse método como forma de proteger e restaurar nosso planeta.
A Colossal Biosciences é uma empresa de biotecnologia que conquistou muitos investidores depois de prometer reviver algumas espécies extintas. Estes incluem o mamute lanoso, o tigre da Tasmânia e o dodô.
Ela espera introduzir filhotes de mamutes lanosos na Tundra Ártica até 2027. A empresa afirma que seu trabalho seria um solução para as mudanças climáticas. Embora tenha conquistado o apoio de muitos, também recebeu sua cota de críticas. Então, qual é exatamente a controvérsia com a desextinção?
Há um punhado de métodos científicos que tornam a desextinção uma realidade possível – mas a que os especialistas consideram mais promissora é edição de genoma.
Isso envolve a obtenção de DNA de espécies extintas, o que é incrivelmente difícil de fazer. As amostras geralmente são encontradas em fósseis, mas, mesmo assim, o DNA pode acabar sendo fragmentado. Isso dificulta a capacidade de obter um código genético completo.
Se for alcançado com sucesso, os cientistas realizam um processo de sequenciamento do genoma em que é determinada a ordem das bases do DNA que compõem o organismo. Isso é seguido pela edição da sequência e criação de embriões por meio de clonagem ou outras tecnologias reprodutivas.
Uma das principais preocupações ambientais dos céticos é a alocação deslocada de recursos que poderiam ser usados para a conservação de espécies ainda vivas.
Outras preocupações incluem os perigos de manipulação de DNA para criar e liberar 'novas' espécies. Sem avaliação de risco, eles podem prejudicar a biodiversidade e os ecossistemas da Terra. Os críticos argumentam que clonagem de animais em uma era desconhecida pode causar-lhes trauma psicológico.
O mais preocupante, patógenos antigos poderia ser reintroduzido, prejudicando tanto as espécies revividas quanto as atuais, uma vez que não possuem imunidade desenvolvida.
A introdução de uma nova espécie na natureza não garante a ela um habitat adequado. Haveria também uma nova competição por comida e abrigo que poderia resultar em uma sobrevivência do mais apto situação.
A reintrodução de espécies extintas também pode alterar a teia alimentar e causar seu colapso.