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A Playboy apresenta sua primeira estrela da capa do sexo masculino queer

A Playboy anunciou o influenciador queer Bretman Rock como sua mais recente estrela cover. O que essas mudanças inclusivas significam para os espaços mais excludentes da cultura pop?

A Playboy é conhecida por suas modelos femininas nuas. Mas em uma estreia para a revista, o gay filipino Bretman Rock foi revelado como a estrela da capa de outubro.

Rock anunciou a notícia no Twitter na semana passada, escrevendo 'Eu sou um coelho @playboy DUHHHHHH' acima de duas imagens de sua sessão de fotos em preto e branco chique. Ele pode ser visto posando com o famoso espartilho preto da marca e orelhas de coelho, uma postagem que já foi curtida mais de 140,000 vezes.

Rock ganhou fama na agora extinta plataforma de streaming Vine, mas manteve o sucesso por meio de um popular canal no YouTube e conta no Instagram, que agora possui quase 18 milhões de seguidores.

Ele também garantiu vários acordos de campanha, incluindo uma coleção cápsula com a gigante do varejo Crocs e um reality show com a MTV.

Por meio de seus tutoriais de maquiagem viral e atitude satírica, Rock se consolidou como um megafluenciador da Geração Z, garantindo que espaços digitais como a comunidade da beleza permaneçam inclusivos e diversificados.

Para leitores antigos, o recurso de Rock pode ser uma surpresa. Fundada em 1953 pelo falecido Hugh Hefner, a Playboy se estabeleceu como um posto avançado do entretenimento sexual masculino.

Desde então, a revista ganhou um culto de seguidores, graças a artigos de celebridades e lucrativas coleções de mercadorias.

Ao longo do início dos anos 2000, almofadas de coelho rosa e moletons de veludo eram um pilar para muitas meninas adolescentes, e a marca ainda lança cápsulas de roupas muito populares ano após ano.

A transformação da Playboy em uma marca global, 'Playboy Enterprises', pode ter garantido seu apelo além das linhas de gênero. Mas as colaborações com marcas sofisticadas como Supreme e figuras famosas como Kim Kardashian e Kate Moss não conseguiram revelar a presença abertamente heterossexual da revista.

A passagem de Bretman Rock como o mais recente garoto da capa da Playboy marca uma virada crucial para a publicação. Para uma revista repleta de polêmicas, incluindo o uso ilícito de fotos de mulheres sem consentimento, a Playboy representa um pré-'Time Up' Hollywood.

Além disso, seu público está mudando. Não são apenas os jovens que têm sexo menos casual do que antes, mas os impactos devastadores da pornografia estão alimentando um rejeição de conteúdo gráfico entre a Geração Z e a geração do milênio.

Isso ocorre em um momento em que corporações predominantemente brancas e dominadas por homens enfrentam pressão para transformar sua cultura empresarial. Um estudo inovador da agência de insights Bigeye, descobriu que 50% da Geração Z vê os papéis tradicionais de gênero como desatualizados.

Bretman espera que sua passagem como uma estrela da Playboy forneça aos jovens queer a mesma representação que faltou enquanto crescia. 'Para a Playboy ter um homem na capa é um grande negócio para a comunidade LGBT, para minha comunidade de pessoas morenas e é tudo tão surreal' Rock foi citado como tendo dito no twitter.

A diversificação do entretenimento sexual se deve, em grande parte, ao crescimento digital. A Playboy encerrou sua tiragem de 66 anos em 2020, após uma grande revisão editorial em 2019 que resultou no que o The New York Times chamou 'uma Playboy acordada e mais inclusiva'.

A capa de Rock marca mais um degrau nessa jornada transformadora, afirmando as capacidades digitais de democratizar espaços culturais outrora excludentes.

Não apenas uma abordagem baseada em mídia social permitiu que a Playboy se desviasse de suas normas heterossexuais (na pior das hipóteses, misóginas), mas o sucesso de Bretman Rock na internet destaca o imenso poder que as pessoas queer agora têm sobre um mundo que antes as rejeitava.

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