Menu Menu

Etiópia restaura redes sociais após 5 meses de paralisação

A Etiópia deu um passo importante para restabelecer a liberdade de comunicação e reconectar seus cidadãos com o mundo digital, suspendendo sua proibição de mídia social após um desligamento prolongado de cinco meses.

A restauração do acesso a plataformas populares como Facebook, TikTok, Telegram e YouTube é um alívio bem-vindo para milhões de etíopes que foram isolados do cenário digital global desde a medida drástica do governo em fevereiro.

O governo etíope impôs a proibição da mídia social em resposta à escalada de agitação política e protestos após um desentendimento com a maior e mais antiga Igreja Ortodoxa do país.

Uma divisão dentro das fileiras da igreja aumentou depois que três bispos formaram seu próprio patriarcado chamado 'Oromia e o Sínodo das Nações e Nacionalidades' em janeiro.

A mudança levou a semanas de agitação, divisões e violência em algumas regiões. A paralisação visava reprimir a disseminação do que as autoridades consideravam conteúdo inflamatório e desinformação que supostamente incitavam à violência e à divisão.

Durante a proibição de cinco meses, muitos etíopes recorreram às Redes Privadas Virtuais (VPNs) como forma de contornar as restrições, enquanto alguns buscaram refúgio em canais de comunicação alternativos, como aplicativos de mensagens equipados com criptografia de ponta a ponta.

Nem todos tiveram acesso a essas soluções alternativas devido a vários fatores, incluindo restrições técnicas, conhecimento limitado e infraestrutura de internet inadequada em determinadas regiões.

A paralisação teve implicações de longo alcance para a sociedade, economia e reputação internacional da Etiópia.

As empresas, especialmente aquelas fortemente dependentes de plataformas digitais para marketing e comunicação, enfrentaram contratempos significativos, dificultando o crescimento econômico e os investimentos estrangeiros. Além disso, organizações de direitos humanos e organismos internacionais criticaram as ações do governo, argumentando que a paralisação cerceava a liberdade de expressão e o acesso à informação.

O primeiro-ministro Abiy Ahmed, que foi reeleito para um segundo mandato durante a paralisação, anunciou o levantamento da proibição de mídia social.

 

Ele disse, 'a decisão de restaurar o acesso à mídia social é tomada para defender o compromisso da Etiópia com os valores democráticos e para atender às preocupações levantadas pelos cidadãos e grupos de direitos humanos em relação à liberdade na Internet'.

O governo também delineou medidas para lidar com o uso indevido de plataformas de mídia social para espalhar discurso de ódio e desinformação. O primeiro-ministro enfatizou a necessidade de um comportamento online responsável e alertou contra qualquer tentativa de incitar a violência ou se envolver em atividades que possam desestabilizar a unidade da nação.

À medida que as plataformas de mídia social se tornam gradualmente acessíveis ao público novamente, os etíopes expressaram alívio e cautela. Muitos estão ansiosos para se reconectar com amigos e familiares, compartilhar suas experiências e participar da comunidade digital global. No entanto, alguns cidadãos continuam cautelosos com a possível vigilância do governo e com o risco de uma nova agitação.

Líderes e organizações internacionais, como A Anistia Internacional elogiaram a decisão da Etiópia de encerrar o fechamento da mídia social, instando o governo a manter seu compromisso com a liberdade na Internet e proteger os direitos de seus cidadãos de expressar suas opiniões e acessar informações.

A restauração do acesso à mídia social marca um marco crucial para a Etiópia, pois o país busca encontrar um equilíbrio delicado entre a preservação da segurança nacional e a defesa dos princípios democráticos em um mundo cada vez mais interconectado.

Acessibilidade