Na semana passada, os protestos no Senegal se aprofundaram quando a possível candidatura do presidente Macky Sall a um terceiro mandato provocou indignação entre milhares. De acordo com relatórios locais, três morreram, incluindo um adolescente, enquanto mais de trinta ficaram feridos apoiando o líder da oposição Ousmane Sonko.
A geração Z do Senegal saiu às ruas em grande número, expressando sua veemente oposição à intenção do presidente Macky Sall de buscar um terceiro mandato nas próximas eleições de 2024.
Simultaneamente, a situação atual em torno do líder da oposição, Ousmane Sonko, alimentou ainda mais o descontentamento entre os jovens do país.
Há várias semanas, o Senegal tem testemunhado uma onda de protestos, liderados principalmente por jovens que constituem uma parcela significativa da população.
As manifestações, organizadas sob a bandeira de várias organizações juvenis, atraíram multidões nas principais cidades como Dacar, Thies e Kaolack. Escolas e empresas permaneceram fechadas na maior parte dessas cidades devido a constantes batalhas entre manifestantes e a polícia.
Cantando slogans e agitando cartazes, os manifestantes estão exigindo o fim da suposta tentativa do presidente Sall de se apegar ao poder.
O presidente Macky Sall, que chegou ao poder em 2012 e foi reeleito em 2019, havia inicialmente prometido honrar o limite de dois mandatos do país estabelecido pela constituição.
No entanto, seus sinais recentes de uma possível candidatura a um terceiro mandato provocaram indignação generalizada. Os críticos argumentam que um terceiro mandato minaria os princípios democráticos e perpetuaria uma concentração de poder.
Os jovens manifestantes argumentam que uma nova abordagem de liderança é urgentemente necessária, responsável, transparente e que aborde suas preocupações, que incluem altas taxas de desemprego, acesso inadequado à educação e à saúde e a necessidade de um engajamento cívico mais amplo.
De acordo com Banco Mundial estatísticas, o desemprego entre os jovens (15-24 anos) é de 4.8%. Apesar do declínio recente, os jovens senegaleses ainda veem o potencial terceiro mandato do presidente Sall como um obstáculo ao progresso e um sufocamento da mudança democrática.
Os protestos ganharam força nos últimos dias após a prisão e os contínuos problemas legais do líder da oposição Ousmane Sonko. Sonko, uma figura carismática que ganhou destaque durante as eleições de 2019, tem sido um crítico vocal da administração do presidente Sall.
Ele enfrentou acusações de estupro, que nega veementemente e afirma ter motivação política para suprimir sua popularidade no país.
A situação em torno de Sonko tornou-se um ponto focal para os manifestantes, que a percebem como um ataque às vozes da oposição e uma manipulação flagrante do sistema de justiça. Eles exigem um tratamento justo e uma investigação transparente sobre as alegações.