O governo de direita da Hungria continua a usar os poderes de emergência concedidos durante a pandemia para promover sua agenda anti-LGBT +.
Em movimento sendo descrito por parlamentares independentes como 'mal' e 'um retrocesso no tempo', o primeiro-ministro húngaro Orbán parece propenso a aprovar legislação em seu parlamento predominantemente de direita que acabará com o reconhecimento legal de pessoas trans na Hungria. O projeto redefinirá oficialmente o gênero como 'sexo biológico com base nas características sexuais primárias e cromossomos'.
Se isso fosse aprovado no parlamento, tornaria o processo de mudança legal de gênero - já difícil na Hungria - uma impossibilidade.
O anúncio foi feito logo após a aprovação de Orbán de uma legislação que lhe permite governar por decreto após a pandemia do coronavírus. Isso confirma o medo de muitos húngaros de que o PM anti-imigração não desperdiçaria a oportunidade de passar por uma legislação controversa e totalmente não relacionada ao COVID.
Ivett Ördög, uma mulher trans de 39 anos que mora em Budapeste, foi para обяснявам o trauma que esse novo projeto de lei traria para a comunidade trans ao The Guardian, declarando que 'Na Hungria, você precisa mostrar sua identidade para alugar uma bicicleta, comprar um passe de ônibus ou retirar um pacote nos correios. Basicamente, significa se assumir como trans para completos estranhos, o tempo todo.
A lei poderia desfazer os anos de tempo, dinheiro e trabalho emocional que muitos colocaram na transição, visando pessoas que já fizeram uma mudança legal e agora vivem com um gênero que não corresponde ao seu 'sexo no nascimento', que é o planejada nova categoria de gênero em todos os documentos oficiais. Diante dessa flagrante violação de direitos, muitos membros da comunidade LGBT + húngara serão forçados a deixar o país se desejarem iniciar uma transição ou continuar a viver como uma pessoa trans.
Embora seja possível que as pessoas mudem seus nomes de acordo com a nova legislação, na Hungria há um registro oficial de nomes 'permitidos' criado pela Academia de Ciências Húngara, que é dividido por gênero, sem nomes unissex disponíveis. Isso significa que, se as categorias de sexo forem alteradas para atribuições de cromossomos, não haverá maneira legal de uma pessoa trans alterar seu nome para algo que não a exclua.
Especialistas jurídicos afirmam que a nova lei viola diretamente a jurisprudência europeia em matéria de direitos humanos, deixando-a aberta para contestação tanto da Suprema Corte húngara quanto da lei europeia de direitos humanos. Durante uma audiência no comitê judiciário parlamentar do país, Bernadett Szél, um parlamentar independente, tentou ler uma carta de pessoas trans explicando como a lei seria prejudicial para eles, mas foi informado pelo comitê supostamente neutro que a carta era ' Não é relevante.'