O governo do país acaba de vender uma quantidade substancial de turfeiras e florestas tropicais críticas para perfuração de petróleo e gás, poucos meses depois de prometer preservá-las na COP26.
Os direitos de licenciamento de 30 blocos de petróleo e gás na República Democrática do Congo foram leiloados, deixando grandes quantidades da segunda maior floresta tropical do mundo expostas a perfurações que podem liberar quantidades perigosas de CO2 na atmosfera.
Anunciada na semana passada, esta decisão extremamente controversa de vender os sumidouros de carbono ocorre apenas alguns meses depois que o país fez uma promessa de 10 anos para preservar a bacia do Congo na conferência climática COP26 em troca de US$ 500 milhões em investimento internacional.
'Nossa prioridade não é salvar o planeta', contraditoriamente um importante ministro congolês estabelecido. "É combater a pobreza em um contexto em que os combustíveis fósseis, incluindo petróleo bruto e gás, estão no centro das questões globais de paz e estabilidade por causa do conflito russo-ucraniano", acrescentou, referindo-se às recentes alegações do governo de que a decisão é fundamental para angariar fundos em meio à crescente crise do custo de vida da RDC provocada pela invasão da Ucrânia pela Rússia, que tem o mundo lutando por combustíveis fósseis.
A crença do presidente Félix Tshisekedi é que os desafios imediatos que seu país enfrenta superam a responsabilidade da RDC de ajudar a reduzir as emissões globais de carbono.
Ainda como argumentado por Greenpeace, há pouco que sugira que tais receitas seriam usadas para o bem público 'em vez do enriquecimento pessoal das elites políticas'.
O 'pulmão africano' da Terra, como é frequentemente chamado – com uma área tão grande quanto a Europa Ocidental – absorve 4% das emissões globais de dióxido de carbono todos os anos, compensando mais do que as emissões anuais de todo o continente.