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Criador de gado multado em US$ 50 milhões por danificar floresta amazônica

Um fazendeiro brasileiro foi condenado a pagar uma multa colossal de US$ 50 milhões depois de destruir uma grande área da floresta amazônica para abrir espaço para a criação de gado. Ele também recebeu ordens de restaurar a área, o que não será pouca coisa.

Na semana passada, um tribunal federal brasileiro congelou os bens do criador de gado Dirceu Kruger para pagar pelos danos que causou à Floresta Amazónica e ao clima global.

O pecuarista é responsável por causar o desmatamento generalizado na Amazônia para abrir espaço para fazendas de gado. Ele usou motosserras para cortar árvores, depois ateou fogo na área para limpar o terreno e plantou grama destinada ao pastoreio do gado. Este dano é visível em imagens de satélite.

A Procuradoria-Geral da República levou o caso à Justiça, representando o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis ​​(IBAMA). Este não foi o primeiro encontro do IBAMA com Kruger, tendo-o anteriormente forçado a pagar uma multa depois de ter destruído 5,600 hectares de florestas estatais nos municípios de Boca do Acre e Lárea.

Construindo o caso mais recente, os advogados apontaram que Kruger não só causou danos significativos à Amazônia, mas também prejudicou o sistema climático do planeta. Fê-lo, em primeiro lugar, queimando a vegetação, que emite dióxido de carbono para a atmosfera, mas também eliminando parte de um sumidouro vital de carbono.

Por que desmatar a floresta amazônica é tão importante?

A floresta amazônica é famosa por ser o lugar com maior diversidade biológica da Terra, mas também desempenha um papel fundamental na regulação do nosso clima global. Apesar disso, continuou a ser ameaçado pela actividade humana, incluindo a exploração madeireira, a agricultura e a pecuária legais e ilegais.

Para cada hectare de floresta tropical destruído na Amazônia, em média 161 toneladas de dióxido de carbono são liberadas na atmosfera. A quantidade de CO2 liberada pela atividade do Kruger totalizou enormes 901,600 toneladas.

Para avaliar o custo financeiro da destruição ambiental do fazendeiro, o tribunal consultou a calculadora “Custo Social do Carbono” criada pela Agência de Proteção Ambiental dos EUA e pela Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).

Estima-se que a libertação de apenas uma tonelada de carbono resulta em danos de 65 dólares, embora outras estimativas sugerir o número é significativamente maior. Por esta medição, os danos totais de Kruger atingiram 292 milhões de reais – o equivalente a US$ 50 milhões.

Ouch.

Um caso monumental

As punições aplicadas a Dirceu Kruger não param por aí.

Assim que ele pagar a multa de US$ 50 milhões, ela será destinada ao fundo nacional de emergência climática do Brasil. Além disso, ele estará proibido de receber financiamento governamental e benefícios fiscais. Ele também está proibido de vender gado ou produtos agrícolas e de comprar ferramentas como motosserras e tratores.

Finalmente, Kruger pagará na forma de reparações. Juntamente com as suas ordens legais e financeiras, foi ordenado a restaurar as terras que degradou. O tribunal concordou que esta abordagem dupla é importante, uma vez que os danos causados ​​pela desflorestação nunca poderão ser totalmente corrigidos.

A Procuradoria-Geral da República afirmou que continuará a tomar medidas que responsabilizem empresas e indivíduos pela destruição da Amazônia, bem como de outros biomas brasileiros.

Este pode ser o maior caso que o gabinete alguma vez levou a tribunal, mas com a floresta tropical a ser cada vez mais entendida como vital para a sobrevivência do nosso planeta, certamente não será o último.

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